sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Semana 3 – Real life

Em breve, tirar fotos conceituais para colocar nos perfis das redes sociais, emplacar uma hashtag nos TTs ou conseguir dinheiro para pagar o aluguel enquanto se masturba no cam4, não serão mais as únicas coisas que lhe trarão satisfação e vontade de viver. Estamos no meio de uma guerra virtual e tudo aquilo que chamávamos de felicidade (download de pornô pirata) pode deixar de existir. Por isso, se você não é capaz de derrubar um site do governo americano, apenas suco de goiaba no teclado de seu computador, está na hora de descobrir que a palavra vida não significa apenas camxcam e que existem outros modos de ser visto pelas pessoas (e, por incrível que pareça, nem precisa mostrar o pinto). Saia do conforto de seu computador, segure na mão da semiótica e desbrave os perigos da real life. Encarne o espírito de Lord Eddard Stark e vá em busca do amor pelas perigosas ruas da cidade.



Como já dizia Julia Bueno, essa filósofa de espírito bon vivant e adepta  da publicização da suruba no facebook, “Você aquilo que você veste”.  Para flertar na real life, seguir o ensinamento de Ju-ju  é essencial! Você precisa compor um visual tendo em mente a linha tênue que separa o “Rapaz de fino trato feito pra casar” e o “Estou desesperado, alguém em pega!”. Mas tome cuidado: aqueles mocinhos musculosos de Nike shox que você encontrou na esquina e te deram piscadelas, só oferecem amor por 350 reais a hora.

Para ser trendsetter (oi, TDUL!), é preciso saber criar um visual que chame a atenção do futuro affair. As pessoas não se apaixonam por você, mas pelo conceito que está embutido em seu iPhone. Minha estratégia (e recomendo a todos) foi usar um look que evidenciasse meu interesse por rapazes, mas tomando cuidado para não ser óbvio. Nada do combo camiseta do Teatro Oficina + calça de algodão cru + sacola planeta sustentável.  Luiza já voltou do Canadá e é importante deixar claro que você continua inteligente. Abuse de estampas icônicas e confie nos milagres da semiótica. Alguém reconhecerá a mensagem que você está passando.






Caso ninguém entenda as entrelinhas, você pode partir para um momento em que sedução e descontração andam de mãos dadas. Seja mais explícito. 

Pelo menos alguém irá te parar na rua e perguntar onde você comprou aquela T-shirt tão descontraída. 

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Semana 2 - O Manhunt

Ah, a internet! Essa ferramenta mágica que ensinou aos adeptos do forever alone way  o significado de sexo manual, também é uma grande aliada na busca pelo amor. Todos sabemos que nossas redes sociais são o Top of Mind  da conquista. Você é a quantidade seguidores que tem no twitter e o número de fotos retrôs que posta no tumblr. Ser cool é tão importante quanto ter cueca branca da Calvin Klein.  Mas, não fique triste se seu blog sobre o BBB não lhe proporciona vida sexual ativa ou se seu vlog não virou o hit da semana... Para aliviar os corações maltratados e solitários, sempre existirá o querido manhunt.

Encontrar o amor na internet é diferente de buscá-lo na real life, por isso, guardei minha dignidade (afinal sexo oral é mais importante que ela), e criei uma conta no MH. A vantagem é que se você confiar plenamente em seu anti-vírus, dá para fazer sexo on-line sem camisinha:



Procurar o amor no Manhunt não é tão diferente de flertar no banheiro da Le boy. O nível de interesse que você desperta  é medido pela quantidade de roupa que você veste no avatar e pelo tamanho do seu instrumento de trabalho.  Só percebi meu erro provinciano e grotesco, após meu perfil ser ignorado durante uma semana.  Aqui é a internet, tudo pode. Tire suas roupas e diga oi para gay_discreto_afim, enquanto divide suas mãos com o mouse e a masturbação.



É importante não se sentir reprimido com os usernames peculiares das pessoas. Atrás de Ativão20cm_cam, sempre há um cara que compartilha todas as piadas do 9gag no facebook. E daí que ele é casado, tem dois filhos e nem é gay? Isso só demonstra que no fim das contas vocês vão sair para jantar e só saberá que é o prato principal depois da terceira dose de tequila.



Ser sempre gentil com todos é fundamental para encontrar o amor e manter sua vida a salvo. Aquele cara mal encarado que procura sexo sem compromisso e não sabe o que são vírgulas ou concordância verbal, pode ser um potencial assassino. Não seria surpresa nenhuma se meses depois ele aparecesse na manchete de algum jornal como o responsável pela morte de 25 crianças em Realengo.

É difícil encontrar o amor no Manhunt, mas não se desanime se você clicou na foto daquele cara provocante para vê-la em tamanho maior e se deparou com um cosplay masculino de Susan Boyle com caspa e sem depilação. O importante é tomar cuidado para nenhuma sextape sua ir parar no Xtube.


Contribuições de @Foxx e @tobesonseca 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Semana 1 – A academia

Todos sabem que para encontrar o amor é preciso se entregar à ditadura da beleza. Seu bíceps é o creme de la creme da conquista, por isso, seguir os padrões impostos pela mídia e deixar o corpo sarado e torneado, como se você fosse um habitante do Rio de Janeiro, é o primeiro passo para despertar o interesse sexual daquele hipster gordinho que insiste em desprezar os saradões, mas adora um hard porn com o Leo Giamani sendo passivo.



O amor é igual a Netinho, vai embora mesmo antes de entrar no BBB. Pensando nisso, agilizei minha entrada na academia, esse lugar mágico onde seu all star não é adequado para malhar e o axé que toca em loop não faz bem para seus ouvidos (o que no final das contas não faz a mínima diferença, pois, a mulher avantajada que mais parece uma mulher fruta, consegue levantar mais peso que você. CHORAI!).

Mas não se desanime, afinal é verão e seria um pecado não exibir o peito nu no álbum “momentos”, do facebook. Poste fotos com o combo: resultado de uma semana de academia mais sunga branca com o pau em ereção.  Essa é a melhor forma de conseguir cutucadas ou uma masturbação free de um cara sem auto-estima que freqüenta as pool parties da The Week.





Deixar o corpo em boa forma é o melhor modo de passar uma mensagem positiva e conseguir comer alguém por causa disso. Se nada der certo, pelo menos dá para exibir um corpo menos vergonhoso para os contatos daquele MSN de segundas intenções, criado quando você tinha 14 anos e se masturbava obsessivamente pelo Nick, dos Backstreet Boys.



segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Um ano sem amor



Sabe aquele ditado “o amor é cego”? Então, é tudo verdade! Queria não acreditar, mas só isso explica o fato dele não ter me encontrado até agora. Dever estar com algum problema na visão - tenho quase certeza disso!  Também pudera, em um mundo com 7 bilhões e 13 de habitantes, alguém tinha que ficar solteiro.  Só não imaginava que essa pessoa seria eu.  Pausa dramática! 7 bilhões e 13 habitantes, Deus? Um número ímpar? Depois querem que eu confie em um cara que só me trolla.

Resultado: o amor, essa coisa que todo mundo tem na vida, até um yorkshire, não faz parte do meu cotidiano.  Mas por quê? Sei lá, devo ser uma espécie de pai de santo que afasta o amor no primeiro “oi” ou uma espécie de ex-bbb que todo mundo esquece com o passar do tempo. Minha situação é tão dramática e crítica que a geral nem quer me usar, abusar e depois jogar fora.

Quem é solteiro sofre. É excluído do mundo, fica à margem da sociedade, sofre bullying dos amigos comprometidos e torna-se um loser. É isso mesmo, companheiros! Ninguém te chama para sair, ninguém te curte no facebook, ninguém gosta de você, seus pais te expulsam de casa, a família fica com vergonha de você, enfim, não é uma vida fácil. Principalmente, quando chega o dia dos namorados e sua única companhia é uma garrafa de vinho. Nessa horas, só resta fazer cosplay de Bridgete Jones e chorar ao som de All by myself.




Em 2012 eu quero mudar essa situação, quero encontrar o amor, nem que coloque anúncio nos classificados, faça conta no mahunt, disponível.com, passe a freqüentar o bate papo UOL (sou retrô, me deixem), entre na academia, faça a barba, vá a praia, compre abadá de micareta, aprenda as coreografias complexas de Beyoncé, use Crocs, comece a ler Augusto Cury ou passe a acreditar nas previsões de Susan Miller.

Fiz uma aposta comigo mesmo na qual me darei um ano para arranjar um namorado.  Tenho 365 dias, no máximo, para voltar a ser alguém.  Tá valendo tudo: funkeiro, mendigo, forrozeiro, axezeiro, pagodeiro, sertanejo, barbudo, magrelo, gordinhos, carecas. Sou a favor da diversidade e não ligo se o cara faz a sobrancelha, depila as pernas, gosta do Almodóvar, tatua estrela no ombro , lê o papel pop, fala Ahazô, gosta da Lady Gaga ou assiste Glee.



Quero desencalhar e a idéia é compartilhar com vocês textos semanais sobre esses momentos bastante dignos e nada constrangedores. Se após um ano eu tiver falhado em minha missão, vou fazer a Amy Winehouse e morrer, porque se eu não tiver um homem, a vida não terá valido a pena (mãe, pai e deus estão muito orgulhosos dessa frase).